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five

August 25, 2010

Acabei pensando em tudo o que queria escrever aqui durante o dia e escrevendo uma página inteira na cabeça. É óbvio que isso não vai dar certo, já era óbvio pra mim assim que comecei a pensar, “não vou lembrar de tudo o que eu queria dizer” (disso eu lembrei), muito menos da forma que organizei nos meus pensamentos. Na hora dá pra colocar os trechos em uma certa ordem, mas eventualmente eles se embaralham todos. Uns acabam perdidos por um tempo, mas outros se perdem pra sempre. Podem até ter tido as partes importantes absorvidas, mas ele avulso? Nah. Já era. Serem esquecidos não faz deles necessariamente ruins, é que de alguma forma não é tão simples assim jogar pro seu disco rígido as coisas que você organiza na RAM, metaforicamente falando. Long-term/short-term memory. Gosto do assunto e minha vontade é um dia tentar fazer alguns exercícios que ajudem a desenvolver minha memória. Isso é perfeitamente normal, mas seria bom aprender a criar uma pasta ali só pra guardar as ideias por um tempo maior. Já falei e já ouvi diversas vezes falarem sobre andar sempre com um bloco de notas e uma caneta no bolso. O problema é que isso acabaria me dando mais liberdade pra pensar em mais coisas ainda, e não adiantaria muito, eu teria que escrever em diversas páginas pequenas. Claro, estou falando dos pensamentos que ocorrem no decorrer do dia, quando se está pegando metrô, ônibus ou andando mesmo, quando anotar é um pouco mais inviável. Não estou dizendo que sou O Pensador, também. Doistrêsquatrocincomeiaseteoito. Acabo filosofando demais sobre qualquer bobagem que me ocorre.

Memória eidética (do grego eidos, alguém lembra da produtora de Tomb Raider, Fear Effect, etc?), também conhecida como memória fotográfica, é uma coisa que muita gente quer ter. Não faz sentido não querer, aliás. Medo de não conseguir esquecer certas coisas? Isso acontece até com quem tem a pior das memórias. Lembranças, de certa forma, dolorosas, sabem muito bem como encontrar o lugar onde não serão esquecidas por um bom tempo. Um tempo que pode ser até o dia em que suas baterias se esgotarem, aí é preciso aprender a lidar com elas. Não deixar elas te comerem vivo, de dentro pra fora.

Os parágrafos anteriores inteiros vieram de um pensamento sobre anotar no bloco de notas o que vou pegar na geladeira, já que esqueço quase sempre. O que fez parte de uma conversa sobre ‘esquecer’ de necessidades como comer ou ir ao banheiro. Mas ainda aposto que eu acabaria esquecendo que tinha o bloco na mão e o deixaria dentro da geladeira. Em um dia em que eu estava completamente distraído eu deixei o controle remoto, então é bem provável. É. Tudo pode acontecer quando se está no mundo da lua. Já dizia o… esqueci. Lucas Silva e Silva. Esse nome tava perdido na memória internética, achei com a ajuda do Google. Se eu tivesse um pro meu próprio cérebro, eu tava feito.

Mudando de assunto, e queria que o assunto em questão mudasse tão abruptamente quanto, o tempo aqui em São Paulo tá ruim demais. Tá fazendo um calor absurdo de dia, sendo que quando eu saio tá um frio bom, aquele que só colocar uma blusa já resolve. O pior não é nem o calor, o pior mesmo é a umidade do ar, praticamente inexistente. Andando na rua dá até pra ver uma camada cinza cobrindo a visão ao longe, parece uma rede. É de pensar que toda essa poeira fosse se juntar e formar um híbrido de Godzilla/Cascão. Serviria pra aterrorizar aqui, com certeza. Não vou mentir que pensando nisso cogitei até se devia deixar o celular em mãos pra filmar essa versão nacional de Cloverfield meets Maurício de Souza. Enfim, tempo seco assim pra mim é uma montanha de problemas. Meu nariz sangra, ataca até uma sinusite, trazendo aquela dor de cabeça de rachar, e a garganta fica uma porcaria se não estiver dando constantes goles em uma garrafa d’água. Foi até engraçado, eu com a garganta ruim, meio rouco e ainda com aquela voz de quem tá gripado, alguém acabou perguntando o que mais eu tinha mudado, já que perceberam “do cabelo curto à voz.” You just got punk’d! Sou o irmão gêmeo do Benji*, Carlos. Prazer.

Aquela lei do tempo aqui não funciona tão bem assim. Se eu não gostar do tempo, ele não muda sempre em seis horas. Nem em doze. Nem em um dia, nem a cada dois. São exceções demais pra ser uma regra.

Tenho certeza que queria falar de mais alguma coisa, no mínimo. Não vou ficar duas horas encarando isso aqui na esperança de que eu vá lembrar magicamente. Quem sabe eu acabo lembrando. Só sei que ainda preciso colocar aqui algumas merdas que eu escrevi. You know, ficção. Passatempo.

Já disse que reviso meus posts sempre depois de terminar? Ainda mais pela mania que tenho de mudar uma coisa aqui ou ali e deixar a concordância completamente de lado. Praticamente capítulos de um livro.

De uma história particularmente chata.

Ainda tenho um rascunho de post salvo, mas tenho algumas coisas pra fazer hoje.
Enquanto pensava nas tags acabei me lembrando de dois sites que eu tinha favoritado na cabeça.

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(*) Nome fictício adotado pra proteger minha identidade, uma vez que mesmo que eu não importe em me identificar, sempre quis fazer isso aí. Done.